Palestras, rodas de conversa, Oficinas e vivências

A respeito de temas ligados diretamente ao Batuque e outros referentes à presença negra no Brasil, sobretudo a matriz bantu afro-sudestina.

Apresentação do grupo

Resgate, preservação, pesquisa e transmissão da manifestação do batuque em dança, canto, ritmo e ancestralidade.

atividades sociais, culturais e educativas

Realizamos diversas atividades nas comunidades, tais como: ajuda com medicamentos, distribuição de cestas básicas, campanhas de esclarecimento sobre a anemia falciforme e enfrentamento do racismo.

Nossa História:

Casa de Batuqueiro Produções Artísticas

A Casa de Batuqueiro iniciou suas atividades junto ao Grupo de Batuque de Umbigada formado por Piracicaba, Capivari e Tietê em meados dos anos 90 como um projeto pensado e organizado pelos batuqueiros Vanderlei Benedito Bastos e Antonio Filogenio de Paula Junior com apoio da Mestra Odete Martins e do Mestre Plínio (ancestral).

A princípio esse projeto consistia em fortalecer os canais de transmissão do Batuque de Umbigada em suas próprias comunidades de origem no município de Piracicaba. Essa necessidade se deu a partir da percepção de que a cada ano que passava estava acontecendo a diminuição no número de batuqueiros jovens junto ao grupo tradicional que normalmente representava a cidade durante as apresentações públicas em diversas localidades, inclusive fora do estado de São Paulo.

No entanto, com o despertar do interesse e aumento na demanda pela procura de orientações para oficinas, palestras e apresentações do grupo, o projeto foi sendo ampliado, servindo de modelo, inspiração e apoio para que nos municípios em que ainda acontece o Batuque de Umbigada ações semelhantes pudessem ocorrer.

Com esta abertura maior para outras pessoas poderem participar, muitas que não eram originalmente próximas à cultura e tradição do batuque, houve uma ampliação dos setores da sociedade que se interessaram cada vez mais em estabelecer algum tipo de contato e intercâmbio com o grupo.

Por conta do aumento dessas demandas e no cumprimento de necessidades burocráticas o projeto Casa de Batuqueiros passou em 2018 a ser, também, a empresa Casa de Batuqueiro Produções Artísticas que tem o seguinte lema: “Uma empresa de batuqueiros, gerida por batuqueiros à serviço do Batuque”.

A Casa de Batuqueiro dentre as suas ações para as instituições públicas, privadas e comunidades afins realiza as seguintes ações:

– Palestras e rodas de conversa sobre temas ligados diretamente ao Batuque e outros referentes à presença negra no Brasil, sobretudo a matriz bantu afro-sudestina.

– Oficinas e vivências sobre o Batuque.

– Apresentação do grupo.

A Casa de Batuqueiro mantêm atividades sociais, culturais e educativas nas comunidades, tais como: ajuda com medicamentos, distribuição de cesta básica, realiza campanhas de esclarecimento sobre a anemia falciforme e enfrentamento do racismo.

Recentemente teve dois projetos aprovados por meio do PROAC em parceria com a ETC Produtora: “No pé do Tambu” em 2019 , “Saberes no pé do Tambu” em 2022 e “Dandara Vai a Escola” literatura infanto-juvenil em 2023.

Créditos: Texto – Antonio Filogenio de Paula Junior e Fotografia – Paulo Fortunato.

Batuque de Umbigada

De acordo com a maior parte dos pesquisadores, o batuque de umbigada conhecido também como Tambu ou Caiumba é essencialmente originário do macro-grupo étnicolinguístico bantu oriundo da África Central, principalmente das regiões da atual Angola e Congo. Este grupo foi trazido em grande quantidade para o Brasil desde o início do processo de escravização.

O Batuque de Umbigada é uma manifestação que acontece no oeste paulista, existente ainda nos municípios de Piracicaba, Tietê, Capivari e Rio Claro, embora tenha sido frequente e amplamente praticado em várias outras cidades da região. É preservado, também, em alguns pontos da cidade de São Paulo e Barueri, devido a presença de pessoas da região do oeste paulista que migraram para a capital levando consigo a tradição da Caiumba.

O termo Caiumba era o mais conhecido entre os membros mais antigos do grupo e traz o sentido de “encontro celebrativo ancestral”, o que revela aspectos muito interessantes de uma percepção de mundo de base africana bantu. A denominação “Tambu” é bastante conhecida dos batuqueiros e se refere ao tambor maior utilizado na prática.

Já o termo batuque de umbigada tem origem com os folcloristas e demais pesquisadores externos ao grupo que ao observarem as práticas negras envolvendo tambores as agruparam como batuques.

A palavra umbigada, neste caso, trouxe a identificação de uma parte da dança em que se tocam os umbigos entre a energia feminina e masculina como celebração da vida e a menção à primeira casa e a primeira boca, o ventre materno e o cordão umbilical que também se refere ao elo com a ancestralidade.

Em Piracicaba a Casa de Batuqueiro tem sido a responsável por manter esta tradição e segue no apoio às ações e projetos desenvolvidos em outras cidades do eixo batuqueiro.

Créditos: Texto – Antonio Filogenio de Paula Junior e Fotografia – Paulo Fortunato.